segunda-feira, 31 de março de 2008

alone

some people look me
they call me cold
cold heart, cold day
days and nights waiting
but you don't look me
days of pain
days of smile
false smile
false pain
cold heart
stone heart
you don't be here
and I don't stay
waiting
no more
and this little things go pass

quinta-feira, 27 de março de 2008

embaçado

a vidraça
molhada
distorce meus pensamentos
uma gota que cai
de olhos molhados
sem ter chuva
saio pela tangente
alço um vôo
por entre nuvens
de algodão doce
nem chego a perceber
que o dia passou
e a chuva se foi

quarta-feira, 19 de março de 2008

saída

queria ir pra bem longe

fechar a porta

e jogar as chaves fora

mas não tenho nada

e também nada a temer

tenho tanto a dizer

mas falta palavras

olho a estrada

e sinto desejo

mas o medo

interrompe meu sono

meus passos largos

não são suficientes

e a distância parece q aumenta

na bagagem

não tenho nada pra levar

mas tenho

um enorme coração

tenho meus planos

mas planos não se realizam

sem seu tempo certo

queria ir pra bem longe

mas o longe

às vezes é perto

e se saio por um instante

já perco a noção

e se saísse

perderia mais

se fecho a porta

deixo alguém pra trás

e as chaves que jogo fora

vão faltar depois

para quem chegar

não tenho o que levar

mas tenho

a mala cheia

e o coração vazio

segunda-feira, 17 de março de 2008

adeus


atrás
ficou o portão
aberto
para você voltar

só vi teu cabelo
do outro lado da rua

e você
não olhou pra trás
a esquina
te engoliu.

o nada

olho para o nada
pois já não quero
ver nada
não me interessa
o que está aqui ou lá
pouco me faz diferença
quero nada agora
quero o silêncio da morte
e o barulho da fábrica
sinto o frio na pele
mas o cobertor ficou pra trás
esqueço de algo
paro no tempo
sinto o fogo
queima os olhos
quero pouco
ou quase nada
quero frio e calor
enquanto espero ninguém
sinto nada
sou morte gelada e silenciosa
e fábrica movimentada
olho o nada esperando

sexta-feira, 14 de março de 2008

o que faz você
aí a me olhar
por sobre o telhado
um gato passa

não vê que estou
meio torto hoje?

olho em volta
não vejo ninguém
todos dormem
não beijo ninguém

não vê que estou
ocupado com nada?

estendo a mão
pego o copo
mais um gole
opa, caiu.

calor


abraça-me
prende-me em teus braços
sente meu calor
eu pego fogo no inverno...

aquece me
em tua pele ardente
e com teu lábio
de carmim

prende minha respiração
sufoca minhas palavras
esquenta teu corpo no meu

enrosca


enrosca
trança as pernas
sente o calor
sente queimando
respira fundo
olho com olho
sente de leve
sente forte
se enrosca
ainda mais
até não poder mais...

quarta-feira, 12 de março de 2008

correria

saio
chego
ônibus
casa
trabalho escravo
chego cansado
sapatos mordem
gravatas enforcam
escravo
do ir e vir
abolição por favor

segunda-feira, 10 de março de 2008

estrada

sigo
a passos lentos
olhar para trás
não me mostra mais nada
é torto o caminho
mas é nele que sigo
meus pés sentem
o chão sujo
e seco de muitos dias
a pressa não vem comigo
e não chego a lugar algum.